mardi 28 août 2012

«Comandos despediram-se do seu Herói Nacional»
in "Correio do Minho", de 22Ago2012
autor: Luís Fernandes
 
 

A morte pode bater-nos à porta das mais variadas formas: na doença ou num acidente trágico como foi o caso do coronel Jaime Abreu Cardoso, de 75 anos.

A morte bateu-lhe à porta quando, sábado último, se sentou no banco para pilotar a “Paulistinha”, tendo como passageiro o piloto octogenário Fernando Afonso Ribeiro da Silva. Ambos morreram sábado à tarde, à pouca distância do Aeródromo de Palmeira quando a avioneta se despenhou. 

Para além de filho da terra, de Vieira do Minho, o padre local Albino Carneiro recordou, na missa fúnebre, que Jaime Rodolfo de Abreu Cardoso, pai de três filhos não foi, ao longo da sua carreira, um militar qualquer: é apenas um dos 20 em Portugal inteiro distinguidos com o Grau Oficial da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito.

Justificou-se, por isso, a presença de tantos militares — desde oficiais generais ao mais humilde dos soldados.

Os do activo e ex-militares Comando, ramo militar de Jaime Cardoso, fizeram questão de notar a sua presença. E fizeram-no com estilo: mesmo trajando à civil, cobriram as suas cabeças com as suas boinas grená e deles se ouviu bem alto o seu grito de unidade, em tom forte, emotivo e simultaneamente orgulhoso “Mama Sumae”, sob a voz de comando do seu general Pinto F erreira. 

No cemitério, no último adeus a Jaime, o que fora dos melhores entre os melhores.

O general Pinto Ferreira, tal como o padre Albino Cardoso recordara na sua intervenção na igreja do Mosteiro, frisou que Jaime Cardoso é um Herói Nacional. Porque — frisara o sacerdote — “quem é grande não precisa de colocar-se em bicos de pés”. As condecorações traçam o seu invulgar percurso de militar e de cidadão e falam por si.

Na igreja do Mosteiro pareceu ter-se assimilado bem o discurso de Albino, padre e ex-político. Ouviram-se palmas muito fortes dos fiéis de Vieira do Minho e de quem veio por esse país fora. 

Os cânticos do povo de Vieira a acompanhar a missa concelebrada por cinco sacerdotes, um dos quais segundo primo de Jaime — cónego Guilherme F. Malvar Fonseca — fizeram desta homenagem fúnebre um acto de festa porque, como disse na homilia o padre Nuno Alves, para Jaime Cardoso, terminaram as dores e sofrimentos humanos. “Entrou numa comunhão com o Pai”.

A lista de presenças nas cerimónias é extensa: presidente e ex-presidentes de câmara de Vieira, dirigentes de instituições sociais, comandantes militares e oficiais generais. Jaime é um Herói do Minho e há poucos que se podem orgulhar disso.

lundi 20 août 2012

Jaime Rodolfo de Abreu Cardoso, nascido em 06 de Outubro de 1936, coronel de infantaria 'comando' na situação de reforma.

Imagem intercalada 1

Serviu Portugal durante a guerra no Ultramar, onde se notabilizou nos seguintes teatros-de-operações:
- de Angola (CCac318, CI21, GrCmds 'Fantasmas', CI16 e CI25), em 1961-1964
- da Guiné (CIC-Brá), em 1964
- de Angola (7ªCCmds), em 1966
- de Moçambique (7ªCCmds), em 1966-1968
- de Angola (CCac3412), em 1971-1973

Por feitos em combate, foi agraciado: com a Medalha de Prata de Valor Militar, c/palma (1964); com o Oficialato da Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito (1969); e com a Medalha de Cruz de Guerra, de 1ª classe (1973).

Faleceu, em 18 de Agosto de 2012.
Que a sua Alma descanse em Paz.

Sentidas condolências à Família enlutada, aos Amigos e Camaradas-d'Armas, e a toda a "Família Comando".


PS/ foi instrutor do CI 16

mercredi 15 août 2012

                              OS "VELHINHOS" APACHES
                          Elvio  Salvador  Leão  Garcez  Tavares