lundi 2 avril 2012
50 ANIVERSARIO DA FORMACÃO DE COMANDOS
Embora se tivesse procedido a uma remodelação dos métodos de instrução das nossas tropas, cedo se tornou evidente a insuficiência dessa preparação pois que as características do terreno, do clima e da própria guerra subversiva exigiam dos nossos militares uma actuação completamente diferente, para a qual não estavam minimamente preparados e que. só baseada numa bem estruturada preparação moral e técnica, aliada a uma grande mobilidade, poderia surtir efeitos.
Todos estes atributos eram consentâneos com a ideia da formação de grupos Especiais já então latente, e que se veio a concretizar com uma primeira experiência feita na Região Militar de Angola — em Nóqui. Assim, e graças ao grande interesse depositado pelo então Comandante do Batalhão de Caçadores nº280, Tenente-Coronel Almeida Nave, e ainda aos conhecimentos transmitidos por um jornalista italo-fracês — Cesare Dante Vachi — conhecedor das guerras da Indochina e Argélia, foram dois grupos do Batalhão 280 treinados em moldes completamente diferentes e inovadores, cujos excelentes resultados por certo contribuíram e pesaram na decisão do General Venâncio Deslandes para a criação do Centro de Instrução nº21, destinado à preparação de grupos especiais, especialmente vocacionados para a luta antiguerrilha.
O C.l.21 ficou instalado em Zemba, Sector F da Zona de Intervenção Norte, tendo sido nomeado seu Comandante o então Capitão de Infantaria Jasmins de Freitas, coadjuvado por Cesare Dante Vachi. A equipa de instrução era constituída pêlos então Capitães Ramalho e Marquilhas, Tenente Caçorino Dias, os Alferes Vasco Ramires, Raúl Folques, César Rodrigues, Vieira Pereira e os Alferes médicos Resina Rodrigues e Freire Águalusa.
Depois de uma dura instrução, caracterizada pela utilização permanente de meios reais, do contacto directo e constante com o meio natural e o próprio IN, terminaram o curso em 30 de Novembro de 1962, os seis primeiros Grupos de Comandos oriundos dos Batalhões e três Grupos da Companhia de Caçadores Especiais nº.365, regressaram então às suas Unidades de origem, e em cuja área de actuação tomaram parte em diversas operações, quer independentemente, quer neles integrados.
Estes grupos adoptaram designações próprias e, organicamente eram constituídos por 25 homens e divididos em 5 equipas.
DESIGNAÇÃO ORIGEM CMDT DE GRUPO
· OS FANTASMAS BAT CAÇ.317 Alf.Mil.Abreu Cardoso
· VAMPIROS BAT.CAÇ.185 Alf.Mil.José M. Lousada
· AÇO BAT.CAÇ.186 2.°Sarg. Inácio Maria
· PEDRA BAT.CAÇ.261 Alf.César Rodrigues **
· NÓQUI A BAT.CAÇ.280 Alf.Mil.Vieira Pereira **
· FALCÕES BAT.CAÇ.325 Alf.Mil.Agostinho Gonçalves
· CORSÁRIOS A CCAÇ. ESP. 365 Alf.Mil.Rodrigues dos Santos AL **
· CORSÁRIOS B CCAÇ. ESP. 365 Alf.Mil.Vaz Pardal **
** Emblemas de braço desconhecidos
De referir alguns aspectos fundamentais que passaram a constituir a metodologia posta na preparação dos Comandos, como sejam, o uso permanente de meios reais, a preparação psicológica do combatente com o recurso a mensagens e gravações em fita magnética («Voz do Comando»), e ainda o contacto directo com o inimigo como parte integrante da instrução, pois que só durante o curso ministrado no C.l.21 foram realizadas cerca de 10 operações.
A mobilidade, a rapidez e a entrada em acção imediata sobre o objectivo foram também aqui ensaiados quando pela primeira vez se procedeu a operações heli-transportadas.
Todo o pessoal que frequentou o Curso com aproveitamento recebeu o emblema COMANDO em pano bordado, com a divisa "AUDACES FORTUNA JUVAT" e o cartão COMANDO, emitido pelo Quartel General da Região Militar de Angola.
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